Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz Minas

DSC_4520menor

Alunas de escolas públicas localizadas no entorno do IRR, moradoras do Barro Preto e representantes de Movimentos dos Atingidos por Barragens participaram, no dia 11 de fevereiro, do evento em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, promovido pela Fiocruz Minas. A programação contou com uma série de atividades, que incluiu roda de conversa com pesquisadoras do IRR e de outras instituições, exibição de filmes e debates. Houve, ainda, a apresentação do projeto Iniciativas da Fiocruz Minas para fortalecer diferentes territórios a partir da atração de mais meninas e mulheres na ciência, ministrada pela diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta.

“Estamos muito felizes com a presença de todas vocês, nossas vizinhas, que moram ou estudam na região, e ainda nossas companheiras dos MAB. Este projeto, do qual vocês estão fazendo parte, foi aprovado pela Presidência da Fiocruz, que, desde 2017, tem uma mulher à frente e vem fortalecendo iniciativas voltadas para a igualdade de gênero e também de raça. Para realizá-lo, estamos contando com recursos da Vice Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e, na segunda etapa do projeto, contaremos com recurso de emenda parlamentar da deputada Beatriz Cerqueira, que é presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG. Então, teremos um longo trabalho pela frente e é muito bom poder contar com todas vocês”, afirmou a diretora Zélia Profeta, durante a abertura.

Um vídeo, em que as moradoras do Barro Preto contam histórias do bairro, foi exibido durante o evento. As pesquisadoras Paula Bevilacqua e Paloma Coelho, do IRR, falaram sobre a produção do material e reforçaram a importância de resgatar memórias a partir do olhar feminino.

Abrindo a roda de conversa, que teve como tema Conhecimento produzido por mulheres, a representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Anna Gaaleb, falou sobre o projeto Arpileras, que, por meio do bordado, denuncia problemas enfrentados pelas mulheres que vivem em áreas de mineração. Já a pesquisadora Beth Cardoso, do Centro de Tecnologias da Zona da Mata, abordou o tema ciência cidadã e contou a experiência do trabalho desenvolvido com mulheres agricultoras, por meio do Programa Mulheres e Agroecologia.  Em seguida, as pesquisadoras Tânia Maria de Almeida Alves, Denise Alvarenga, Cristiana Brito e a representante da Asfoc, Fernanda Rezende, falaram sobre suas trajetórias na carreira científica e na defesa da democracia.

Outra atividade realizada foi a exibição de trechos do filme Semeando vida – Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics). As pesquisadoras Denise Nacif e Polyana Valente, coautoras do documentário, compartilharam a experiência de produzir o material, reforçando que a principal mensagem do filme é mostrar as diferentes formas de produzir conhecimento.

Entre as alunas, a avaliação do evento foi positiva. “Estou feliz por participar deste encontro porque a gente sempre ouve falar da Fiocruz pela televisão e é muito bom conhecer as pessoas que trabalham aqui. Como mulher e negra, vejo que faltam oportunidades e, por isso, é muito bom ter a oportunidade de conhecer mulheres que perseveraram e conseguiram conquistar o que desejavam”, afirmou Ana Beatriz, aluna do 3º ano.

“Ouvir que muitas de vocês estudaram em escola pública é uma inspiração porque a gente ouve tanto falar mal da escola pública… Então, é bom saber que vocês são cientistas. E também gostei muito de conhecer a forma como a Fiocruz trabalha”, ressaltou Larissa, do 2º ano.

Para Gabriele, do 2º ano, é muito inspirador ver mulheres ocupando cargos importantes e fazendo ciência. “É maravilhoso conhecer tantas mulheres ocupando espaços. Meu sonho é fazer medicina e, quando eu conquistar meu objetivo, vou me lembrar de tudo o que ouvi aqui hoje”, destacou.

Encerrando as atividades, todas as participantes posaram para uma foto em frente ao muro da unidade, onde um grafite faz homenagem às pesquisadoras Alda Falcão e Virgínia Schall, duas importantes cientistas que fizeram história na instituição.