Fiocruz Minas participa do Congresso de Medicina Tropical

Pesquisadores da Fiocruz Minas estão presentes no 52º Congresso de Medicina Tropical, um dos mais tradicionais eventos voltados para as doenças tropicais. O encontro, que acontece no período de 21 a 24 de agosto, em Maceió (AL), reúne pesquisadores, gestores da área de saúde, estudantes e outros profissionais de segmentos correlatos.

Um dos diferenciais desta edição é que não há ênfase para um tema específico. A Comissão Científica, que atua na coordenação do evento, optou por ampliar o escopo de conteúdo, incluindo não apenas doenças infecciosas predominantes nos trópicos, mas abrangendo ainda o conceito de agravos tropicais, como por exemplo, a violência.

“Este ano, a definição de atividades a serem realizadas no Congresso também foi aberta à comunidade científica da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que, por meio do site, apresentou sugestões de mesas-redondas e palestras. Assim, a programação ficou mais democrática”, afirma a pesquisadora Ana Rabello, do grupo de Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias e integrante da Comissão Científica do Congresso.

Entre as atividades do evento, estão as reuniões técnicas, coordenadas pelo grupo de Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, que contam com a participação de pesquisadores e equipes técnicas do Ministério da Saúde. O objetivo é discutir as recomendações para investimentos, pesquisas e ações prioritárias voltadas para o desenvolvimento tecnológico, de forma a aumentar o acesso da população aos serviços, bem como a eficiência do diagnóstico e tratamento de doenças negligenciadas no Brasil.

“Trata-se da continuidade de um projeto iniciado há dois anos e tem como foco as 14 doenças negligenciadas no Brasil. A iniciativa foi financiada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos para Saúde (SCTIE) e desenvolvido em parceria com a Drugs for Negletected Diseases Iniative (DNDI)”, destaca Rabello.

Durante as reuniões, estão sendo apresentados e discutidos os resultados do Relatório de Estudos Estratégicos para Inovação e Desenvolvimento Tecnológico em Diagnóstico e Terapêutica de Doenças Negligenciadas, referente a quatro importantes doenças: leishmaniose visceral, filariose linfática, tracoma e esquistossomose.

“Os relatórios trazem informações sobre a realidade dessas doenças no Brasil. Dessa forma, a reunião é um momento em que profissionais que atuam em áreas distintas, como pesquisa e gestão, têm a oportunidade de expor as dificuldades e discutir meios de enfrentá-las. A ideia é alinhar as estratégias para que seja possível avançar”, destaca Gláucia Fernandes Cotta, do grupo de Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias..

Cursos- Outra importante atuação dos pesquisadores da Fiocruz é a coordenação de cursos. Um deles, ministrado pelo Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, tem como foco o Sistema de Informação, tendo por objetivo oferecer diretrizes para que seja estabelecido um sistema nacional que possa reunir dados que contribuam para as atividades de controle do barbeiro.

“É uma atividade que conduzimos há mais de 10 anos, durante a Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas, que acontece tradicionalmente em Uberaba. Este ano, por falta de recursos, foi feito um esforço para que o evento fosse acoplado ao Congresso, por entendermos que não podemos perder a tradição de discutir e aprofundar nas questões relacionadas ao controle da doença de Chagas”, ressalta a pesquisadora do Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, Lileia Gonçalves Diotaiuti.

A doença de Chagas também é o tema de dois cursos ministrados pelo pesquisador João Carlos Pinto Dias, do Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas.  Dias, que é um dos autores do 2º Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, também participa do lançamento dessa publicação, que foi elaborada juntamente com o Ministério da Saúde.  Além disso, faz parte de um grupo clínico da Organização Mundial de Saúde (OMS), participa de três mesas-redondas e esteve na sessão de abertura do Congresso, fazendo homenagem a dois pesquisadores.

“Mais uma vez, a participação da Fiocruz Minas no Congresso vem sendo muito importante e significativa, dando-nos a oportunidade de aprender e expor e discutir nossas pesquisas. Sem dúvida, é um evento que representa uma forte articulação entre a academia e o governo, ensejando cooperação, pesquisas e moções”, destaca o pesquisador.