Fiocruz Minas no Congresso Brasileiro de Virologia

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As mais recentes descobertas acerca dos vírus e das doenças por eles causadas estarão em discussão no 28º Congresso Brasileiro de Virologia, que acontece entre os dias 6 e 10 de setembro. O evento, realizado pela primeira vez em Belo Horizonte, reúne pesquisadores, estudantes e profissionais da área de virologia, que, durante os cinco dias de encontro, debaterão, entre outros assuntos, a disseminação dos vírus e os impactos para a saúde humana e animal. As atividades acontecem no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e incluem palestras, mesas-redondas e centenas de apresentações de pôsteres.

“É, sem dúvida, motivo de muita felicidade ter Belo Horizonte sediando justamente esta edição do evento, em que se comemoram 30 anos da Sociedade Brasileira de Virologia, da qual sou sócia-fundadora. Será uma oportunidade para promovermos uma série de debates, que certamente trará mais conhecimento para cada um de nós”, afirma a pesquisadora da Fiocruz Minas Jaquelline Germano, integrante da comissão organizadora do Congresso.

Germano levará dados de um estudo que analisa cerca de 100 extratos de plantas e fungos, que são potenciais fontes de substâncias antivirais, especificamente contra dengue e Zika. A pesquisa está sendo realizada pelo Grupo de Imunologia Celular e Molecular do IRR, em parceria com o Grupo de Química de Produtos Naturais Bioativos, também do IRR, e a UFMG.

Com foco na Zika, o Grupo de Imunologia de Doença Virais, liderado pelo pesquisador Marco Antônio Silva Campos, apresentará o pôster Resposta imune celular in vitro contra Zika virus. O estudo mostra dois tipos de vírus que provocam respostas diferentes no organismo.

A Fiocruz Minas apresentará, ainda, resultados de trabalhos realizados em decorrência do surto de febre amarela, ocorrido em Minas Gerais no início deste ano. As pesquisas foram realizadas em parceria com a Secretaria de Estado de Minas Gerais, UFMG e Fundação Ezequiel Dias (Funed).

“ Vamos apresentar dados obtidos por meio do sequenciamento do vírus, bem como decorrentes do acompanhamento de pacientes que tiveram a doença. Também temos um pôster com informações sobre uma pesquisa feita com primatas que morreram com a febre amarela”, conta o pesquisador Pedro Augusto Alves, que também integra a comissão organizadora.

Para o pesquisador Maurício Lacerda, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, que promove o Congresso, o evento acontece em período particularmente importante para a ciência e a saúde pública do Brasil. “Antigas e novas viroses expõem os desafios de nosso tempo e explicitam a importância do virologista brasileiro no contexto do avanço do conhecimento científico e da saúde de nosso povo”, afirma.

Tendo como tema principal “One Health, One Virology”, o Congresso pretende chamar a atenção para o fato de que seres humanos, animais e plantas, enfim, os seres vivos estão intrinsecamente ligados.

“Para evitarmos a proliferação de doenças e encontrarmos formas de combatermos os vírus, é fundamental que tenhamos em mente que a saúde do homem depende da saúde do animal que, por sua vez, depende da saúde do vegetal e vice-versa”, afirma o presidente da SBV.