Fiocruz Minas promove RAIC virtual

Estudantes, pesquisadores e outros profissionais da Fiocruz Minas participaram, entre os dias 2 e 4 de junho, da 28ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC), a primeira realizada em formato virtual. O evento contou com uma programação enxuta, porém, bastante variada, que incluiu apresentações de 22 alunos e alunas que atuam em diversos grupos de pesquisa, bem como palestras na abertura e encerramento. O coral Fiocantos de Minas também marcou presença, com uma apresentação virtual na abertura do evento.

Dando início às atividades, a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, falou sobre a importância do Programa de Iniciação Científica e da necessidade de fazer reflexões sobre o momento atual. “Quero agradecer a todas as pessoas que estão aqui hoje e chamar atenção para a importância que a gente dá ao programa de iniciação científica, que é um programa fundamental para a construção da ciência brasileira. E, especialmente neste momento em que, além da crise sanitária, temos também uma crise humanitária, encontros como este se fazem ainda mais importantes, pois nos permitem discutir e fazer uma reflexão”, destacou.

A primeira palestra do evento foi ministrada pela vice-diretora de Ensino, Comunicação e Informação, Cristiana Brito, que, de forma resumida,  apresentou o perfil dos bolsistas de iniciação científica do IRR. Segundo ela, atualmente, a unidade tem 73 alunos de IC. São 24 com bolsas mantidas pelo IRR, 44 pelo CNPq, por meio do Pibic e Pibiti, e 5 por meio do balcão de projetos.

“A maior parte desses estudantes tem entre 20 e 24 anos, sendo que as mulheres constituem a maioria, representando 76% dos bolsistas. Já em relação à origem desses alunos, temos a predominância de três instituições: 42% são provenientes da UFMG, 24% da PUC e 11% da Faminas”, contou Cristiana, durante sua apresentação.

Devido à pandemia de Covid-19, nesta edição, a RAIC não foi realizada por determinação do CNPq.  Os estudantes que participaram se inscreveram voluntariamente para apresentar seus trabalhos. Os 22 inscritos expuseram seus projetos e esclareceram dúvidas da plateia virtual. As apresentações foram de alta qualidade e suscitaram várias questões.

Saúde mental- No último dia do evento, a pesquisadora Débora Noal, da Fiocruz Brasília, abordou o tema Saúde mental na Covid-19: ações e estratégias da Fiocruz. Débora, que trabalha em parceria com a organização Médicos sem Fronteiras, já atuou em diversas situações de emergências e catástrofes, como terremotos, guerras, conflitos internos de etnia, epidemia de ebola, entre outros. Durante sua apresentação, ela falou sobre os impactos que situações extremas, como uma pandemia, geram para a saúde mental.

“Diversos fatores contribuem para esses impactos. No caso da pandemia de Covid-19, temos a questão da necessidade de distanciamento social, o afastamento de nossa rede socioafetiva, a impossibilidade de praticar ritos culturais coletivos…Todos esses fatores influenciam nos impactos e fazem com que um terço da população possa ter alguma manifestação psicopatológica”, destacou.

Segundo a pesquisadora, desde os primeiros registros de casos no Brasil, a Fiocruz traçou estratégias para oferecer suporte em três níveis de atenção: biossegurança e comunicação, produção e difusão de conhecimento científico e orientações para trabalhadores e gestores de saúde. Uma série de produtos e materiais estão sendo desenvolvidos, como cartilhas, vídeos, além de cursos e seminários virtuais.

Para finalizar, Débora deu algumas dicas que podem ajudar as pessoas a enfrentar a situação de forma mais saudável. “É importante estabelecermos uma rotina, pois a rotina nos ajuda a criar uma sensação de que temos controle sobre a situação. Também por isso é importante manter uma alimentação balanceada e fazer planos para o futuro. E, para desabafar, recomendo escrever, preferencialmente à mão, pois esse processo estimula o funcionamento do cérebro”, concluiu.

Veja abaixo alguns depoimentos de estudantes que participaram da RAIC virtual:

Gabriela Maia

“Esse é o meu segundo ano participando da RAIC e mesmo sendo virtual foi incrível. Acho que esse evento permite discussões e trocas enriquecedoras entre nós, alunos de iniciação científica, e pesquisadores admiráveis da instituição”.

Isadora Lana Troian  

“Apresentar na RAIC é uma experiência muito importante para a formação de estudantes que possuam interesse na área de pesquisa. Isso ocorre pois temos a oportunidade de apresentar nossos projetos e resultados, treinando assim nossas habilidades de apresentação. Esse ano, devido ao cenário atual, foi preciso inovar no modelo desse evento. O formato foi muito bem pensado e as apresentações fluíram de forma satisfatória, assim, temos que agradecer à Fiocruz Minas pela organização e pela preocupação com a qualidade da experiência para os alunos”.

Marina da Silva Oliveira

“Foi uma experiência diferente vivenciar a RAIC em um formato online, mas estou certa de que o evento manteve a sua característica fundamental de permitir uma discussão científica engrandecedora entre estudantes e pesquisadores.”