Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos é tema de exposição na ALMG

Está aberta, até o dia 22 de março, a mostra Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos, realizada pelo Movimento Quem Ama Não Mata. A exposição tem curadoria da prof. Elizabeth Fleury, da Fiocruz Minas, uma das fundadoras do grupo criado ainda na década de 1980, em resposta a uma série de assassinatos de mulheres, cometidos por seus companheiros em nome da “legítima defesa da honra”.

Exposta na Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a mostra conta com um painel cronológico das diversas ações em defesa da mulher, desde 1920, além de capas de jornais e revistas, vídeos de movimentos feministas e reportagens de TV, que ajudam a contar a história da luta das mulheres em busca de seus direitos. A exposição integra o evento Sempre Vivas: mulheres em luta contra a violência, iniciativa da ALMG, em parceria com diversos coletivos e entidades ligados à pauta feminina.

“Somos símbolo da história de uma luta que não termina nunca. Estamos aqui hoje devido a uma batalha que teve início há quase dois séculos. E esta exposição representa também um encontro de gerações, já que, para realizá-la, contamos com esforços de pessoas que fundaram o Movimento Quem Ama não Mata, mas também de muita gente jovem, que dará seguimento a essa luta, que deve ser constante”, destacou Fleury, durante a abertura do evento, realizada na última sexta-feira (8/3), que contou com a participação de parlamentares e representantes de outros movimentos em defesa dos direitos da mulher.

Presidente da Comissão de Defesa dos direitos da Mulher, a deputada Marília Campos (PT), reforçou a importância de celebrar as conquistas das mulheres, lembrando que é necessário não perder de vista que os direitos obtidos fazem parte de um processo de muita luta.

“É preciso continuar lutando pelo fortalecimento de políticas públicas que garantam direitos das mulheres. E, neste momento, é necessário que se diga não à violência. É preciso envolver os homens junto com a gente, pois a luta das mulheres contra a violência deve ser abraçada por todos e todas”, ressaltou.

O vice-presidente da ALMG, deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), lembrou os aumentos de casos de violência doméstica, destacando que, para interromper esse ciclo, é preciso que as mulheres ocupem posições de poder.

“A luta pela inclusão nos espaços de poder torna-se urgente. Essa é uma luta que deve ser de todos, independentemente de gênero”, enfatizou.

A mostra Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos recebeu o apoio da Fiocruz Minas. Além desta exposição, também integra o Sempre Vivas a mostra “Feminicídio, bordando a resistência, do coletivo Linhas do Horizonte, estampando mais de 300 nomes de mulheres envolvendo casos relacionados a feminicídio, tentados ou consumados em todo o País, somente nos primeiros dois meses de 2019. Outra mostra exibida na galeria da ALMG é “Mulheres cabulosas da história”, da organização Mulheres do Levante Popular, que tem por objetivo valorizar mulheres importantes, mas que foram apagadas da história oficial.