Mosquitos pretos que invadiram BH não transmitem doenças

Nas últimas semanas, muitos bairros de Belo Horizonte e região metropolitana foram infestados por uma nuvem de mosquitos. Trata-se de insetos pertencentes à família Sciaridae e são conhecidos popularmente como mosca dos fungos, mosquito preto ou mosquito dos fungos. Embora tirem o sossego das pessoas com seus voos rasantes e desordenados, tais insetos não representam nenhum risco para a população e não têm importância para a saúde pública. Quem explica é o biólogo Fabiano Carvalho, do Grupo de Pesquisa Mosquitos Vetores: Endossimbiontes e Interação Patógeno-Vetor, da Fiocruz Minas.

“São insetos que não picam porque o aparelho bucal deles não permite. Eles também não se alimentam de sangue e, portanto, não têm nenhuma relação com a transmissão de doenças para humanos”, esclarece.

De acordo com Fabiano, a umidade favorece a reprodução desses mosquitos e, por isso, é comum que a quantidade de insetos em circulação aumente em períodos chuvosos, especialmente se as temperaturas permanecerem elevadas. Ainda segundo o biólogo, uma fêmea pode colocar aproximadamente 200 ovos por dia e, a partir daí, todo o ciclo de vida do inseto dura cerca de um mês.

“As larvas formam-se em uma semana e ficam neste estágio por cerca de 12 a 14 dias, até se transformarem em pupas. Essa fase dura de quatro a seis dias e, então, os mosquitos viram adultos, vivendo aproximadamente uma semana, apenas o tempo para se acasalar”, explica Fabiano.

Em épocas de muita chuva, como tem ocorrido nos últimos meses, o grande aumento da população desses mosquitos torna-se um incômodo para as pessoas. A dica para evitar a presença de tais insetos é, se possível, escurecer os ambientes, uma vez que os mosquitos são atraídos por luz clara. Fechar as janelas ao entardecer também pode ajudar a evitar que eles entrem nas casas.