Projeto de mobilização social voltado para a vigilância em saúde abre novas frentes de atuação

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Com o intuito de fortalecer a mobilização social para o enfrentamento da dengue, zika, chikungunya  e Covid-19, pesquisadores da Fiocruz Minas desenvolvem, desde 2016, o projeto “Vamo Junto?”, que propõe um modelo de vigilância em saúde por meio da atuação da própria comunidade. Ao longo dos últimos anos, e durante a primeira fase do projeto, o grupo trabalhou em parceria com escolas públicas e, assim, conseguiu implementar comitês populares em diferentes municípios. Recentemente, o projeto teve um avanço importante ao estabelecer parcerias com as secretarias municipais de saúde de duas importantes cidades mineiras: Betim e Governador Valadares.

“Em Betim, estamos trabalhando com a Regional Alterosas, no bairro Duque de Caxias. Em Governador Valadares, o projeto está na sua etapa inicial, e a proposta prevê o trabalho com a Atenção Primária, envolvendo agentes comunitários de saúde como mobilizadores. Eles nos ajudam a identificar lideranças da comunidade, que possam atuar na coordenação dos comitês populares, dentre outras ações”, explica a pesquisadora Zélia Profeta, coordenadora do projeto “Vamo Junto?”.

De acordo com a coordenadora, o trabalho com as instituições de ensino funcionou  bem e foi importante para testarem a proposta e as suas ferramentas de trabalho, mas, com a expansão que vem sendo proposta, será possível mobilizar outros grupos. “Nas escolas, a atuação fica muito concentrada em professores e alunos; agora, ao trabalharmos com moradores do Duque de Caxias e com os profissionais da Atenção Primária, conseguiremos incluir outros atores e teremos mais gente envolvida”, afirma.

O projeto “Vamo Junto?” se baseia na formação de comitês populares, que têm como objetivo identificar fragilidades e potencialidades do território, definido pelo próprio comitê, e planejar ações de enfrentamento às doenças – dengue, zika, chikungunya-, e ao vetor. Recentemente, também foi incluída a Covid-19. Tudo isso é feito tendo sempre como perspectiva a tríade ação, reflexão, avaliação. A ideia é que a população exerça um papel de protagonista, que é fundamental para a sustentabilidade e continuidade de ações promotoras de saúde.

Plataforma on-line: Para acompanhar e dar suporte aos comitês, a equipe do projeto criou uma plataforma on-line (vamojunto.minas.fiocruz.br), desenvolvida para atender às necessidades de comunicação, troca de conhecimento e informação entre a equipe do projeto de pesquisa e os comitês populares. “É uma ferramenta intuitiva, interativa, com elevada capacidade para armazenamento de materiais e para o compartilhamento de documentos e imagens, além possibilitar a geração de banco de dados para monitoramento do andamento do projeto. A plataforma também conta com tutores, que são membros da nossa equipe de pesquisa, e contribuem com os comitês nas várias etapas do trabalho”, conta Profeta.

A plataforma dispõe de informações sobre as doenças e o vetor –Aedes aegypti-, abordadas de forma a contribuir para a compreensão sobre a vigilância e o papel que cada pessoa tem para a promoção da saúdePossui ainda informações sobre o olhar que se deve ter para o território visando à identificação de potencialidades e fragilidades e, a partir daí, planejar ações para o enfrentamento das doenças, controle do vetor e fortalecimento da mobilização.

O projeto “Vamo Junto?” conta com recursos de emendas impositivas destinadas pelos mandatos da deputada federal Áurea Carolina (PSOL-MG) e do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), por meio de chamadas públicas.