Seminários, oficinas, minicursos, exibição de filmes, debates…É assim, com uma agenda pautada em diferentes ações, que a Fiocruz Minas vem desenvolvendo o Projeto de enfrentamento da violência de gênero e raça e iniciativas promotoras para a igualdade de gênero e raça, lançado no ano passado pela direção da unidade. Com uma perspectiva transdisciplinar, o projeto visa abranger diversos aspectos relacionados aos temas e, para isso, conta com três principais frentes de trabalho: pesquisa, mobilização e formação, e intervenção.
“A pesquisa visa à produção de conhecimento para o enfrentamento da violência e promoção da igualdade; a mobilização e formação geram a possibilidade de levar as pessoas a se reposicionarem em relação a comportamentos que não convergem para a igualdade; já a intervenção pretende realizar ações mais pragmáticas de forma a intervir em situações mais sérias que chegam até a instituição”, explica a pesquisadora Paula Bevilacqua, da equipe do projeto.
As relações de trabalho também estão contempladas neste projeto, uma vez que é no ambiente profissional onde acontecem algumas formas de violência, como por exemplo, o assédio moral. A intenção é possibilitar um amplo debate dentro da instituição, de forma a compreender melhor as relações hierárquicas, considerando que essa estrutura que se impõe também produz violência.
“Quando se fala sobre violência, a tendência é tratar apenas os seus efeitos – o que também é muito importante-, mas, abordando os três eixos, damos uma dimensão mais ampla a esse fenômeno que está na ordem do dia, procurando entendê-lo em sua complexidade. Ao discutir isso, as relações de trabalho também serão abordadas porque gênero e raça são aspectos que constituem as interações cotidianas”, destaca a pós-doutoranda Paloma Coelho, que também integra a equipe do projeto.
Mais meninas na ciência– Para 2020, o Projeto de enfrentamento da violência de gênero e raça e iniciativas promotoras para a igualdade de gênero e raça estará à frente de uma série de ações. Uma delas é o projeto Iniciativas da Fiocruz Minas para fortalecer diferentes territórios a partir da atração de mais meninas e mulheres na ciência, fruto de edital lançado pela Presidência da Fiocruz em 2019. Por meio dele, serão feitas pesquisas juntamente com mulheres da comunidade, dentro de uma perspectiva de ciência cidadã. Haverá ações em Belo Horizonte, envolvendo moradoras do Barro Preto e alunas das escolas públicas da região, bem como moradoras de Mariana e Brumadinho, cidades que passaram por tragédias recentes causadas pela mineração. O projeto que visa a atrair mais mulheres e meninas para a ciência será lançado oficialmente no dia 11 de fevereiro.
Eventos diversos também estão programados para o mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Já para abril, está previsto o lançamento de uma Rede de Enfretamento da Violência de Gênero. Ao longo de todo o ano, serão diversas ações.
2019- Vale lembrar que, desde que o projeto foi lançado, em 2019, vários eventos foram realizados. Em uma série de palestras, seminários, exibição de filmes e outras atividades, temas como violência contra a mulher, visibilidade LGBT, ciência cidadã, questão racial, desigualdade, mulheres na ciência, entre outros, estiveram em debate.