IRR e Hospital da Baleia discutem possibilidades de parceria

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Apresentar o acordo de cooperação firmado entre a Fiocruz Minas e o Hospital da Baleia e discutir possibilidades de parceria foi o objetivo de uma reunião virtual realizada recentemente, que contou com a presença da direção das duas instituições e de pesquisadores de diferentes áreas do IRR. O encontro foi marcado por uma rica troca de informações, em que os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre os trabalhos desenvolvidos em cada uma das instituições.

O vice-diretor de Pesquisas do IRR, Carlos Eduardo Calzavara, abriu os pronunciamentos, registrando a satisfação de toda a direção da unidade com a formalização da parceria. “É motivo de muita alegria para todos nós e, inclusive, quero transmitir as palavras da nossa diretora, Zélia Profeta, que está em outra reunião, mas fez questão de enviar uma mensagem dizendo estar muito feliz com esse acordo. Esse encontro é desdobramento de reunião realizada anteriormente e, hoje, a ideia é já começarmos a pensar em planos de trabalho, que vão compor o termo de cooperação a ser assinado”, explicou.

Segundo Calzavara, as tratativas entre o IRR e o Hospital da Baleia iniciaram-se por intermédio da pesquisadora Rafaella Fortini, que, desde 2018, realiza trabalhos juntamente com o hospital. Atualmente, a parceria visa contribuir para o diagnóstico e prognóstico de pacientes com suspeita de Covid-19, o monitoramento da resposta imune de vacinados, além de trabalhos conjuntos que são realizados com pacientes oncológicos. Durante o encontro, a pesquisadora falou sobre as atividades desenvolvidas.

“É uma parceria que conta com a colaboração de diversos setores, tanto do hospital quanto do IRR. O trabalho está muito bem definido com todos esses setores envolvidos, de forma que, quando o paciente dá entrada no hospital, o sistema já o incorpora às pesquisas e já conecta as duas instituições a ele”, destacou a pesquisadora, informando que cerca de 920 pacientes com suspeita de Covid-19 estão em acompanhamento, assim como outras dezenas de pacientes da oncologia adulta e pediátrica.

Hospital da Baleia- Raquel Vilela, membro do Conselho Curador da Fundação Benjamin Guimarães\Hospital da Baleia e coordenadora do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação (NEPI), apresentou a estrutura da instituição, que tem 76 anos de existência. Conforme Vilela, o hospital, situado em Belo Horizonte, atende a 88% dos 853 municípios de Minas Gerais, tendo um forte apelo social, devido à filantropia. Um grande volume dos atendimentos realizados é, segundo ela, voltado para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Contamos com um corpo clínico qualificado e diversificado, oferecendo 29 especialidades médicas. Realizamos 5 mil atendimentos, 7 mil cirurgias, 4 mil exames e 2600 biópsias gratuitas por mês. Temos, então, um vasto campo para a pesquisa, devido ao volume de casos diferenciados que são atendidos no hospital”, afirmou.

Ainda conforme Vilela, a instituição cultiva a cultura do ensino desde a criação da primeira residência médica em ortopedia, em 1965. Há 15 anos, conta também com uma faculdade, o Instituto Superior de Medicina (ISMD), com duas unidades em Belo Horizonte e uma em São Paulo, contando com 1350 alunos.

“Dentro do escopo apresentado, espero que os pesquisadores da Fiocruz Minas visualizem trabalhos que possam ser feitos em conjunto. Fico até emocionada em estar aqui porque estabelecer uma parceria com a Fiocruz sempre foi um desejo nosso”, ressaltou.

O diretor vice-presidente do Hospital da Baleia, Mozar de Castro Neto, destacou que a parceria entre as duas instituições deve contemplar também a captação de recursos para o desenvolvimento de projetos. A expectativa, segundo o diretor, é promover a qualificação dos profissionais e gerar conhecimento.

“Queremos estabelecer a parceria para enfrentar as dificuldades que ora se apresentam, como, por exemplo, a pandemia de Covid-19. Tendo o conhecimento de tudo o que é feito nesta instituição, acredito que poderemos contribuir e também aprender muito com a Fiocruz”, declarou.

Encaminhamentos- Declarando terem ficado impressionados com a ampla atuação do Hospital da Baleia, pesquisadores de diferentes grupos manifestaram interesse em desenvolver trabalhos em cooperação.  Entre as possibilidades, foram citados estudos voltados para câncer de mama, saúde coletiva, violência contra a mulher, questões de gênero e raça, meningite, doença de Chagas, leishmanioses, malária, Covid-19, entre outros.

Agora, os interessados devem encaminhar à direção do IRR um resumo da proposta de parceria. Um documento único, compilando todo o material, será elaborado e, a partir desse mapeamento, haverá oficinas e reuniões para discutir meios de colocar em prática a parceria.

Também na área de ensino foram apontadas diversas oportunidades de cooperação. A vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz Minas, Cristiana Brito, destacou algumas delas e se prontificou a avaliá-las juntamente com os demais docentes e coordenadores dos programas de pós-graduação da unidade.

“Foi muito bom conhecer a dimensão do Hospital da Baleia e poder discutir o que podemos fazer juntos. Já manifestei anteriormente interesse especial por ensino a distância, reforço novamente esse interesse, e também a possibilidade de atuação conjunta em atividades da pós-graduação, cursos livres ou atividades de extensão, uma vez que a Fiocruz já tem essa orientação de atuar nos territórios. Estágios e residências também são possibilidades sobre as quais precisamos pensar em como podem ser exploradas”, afirmou.

A pesquisadora Rafaella Fortini encerrou a reunião agradecendo a todos os participantes e destacando a satisfação de ser a ponte para a formalização dessa parceria promissora.