João Carlos Pinto Dias

 

João Carlos Pinto Dias Imagem: Fiocruz

 

“Ciência de pai para filho”, esse foi o título de matéria do Jornal do Commercio sobre famílias com tradição científica. O texto se inicia com o seguinte questionamento, “Não se sabe se o fenômeno é de origem genética. Talvez seja contagioso. Mas é um fato que o amor à ciência costuma passar de pai para filho, dando origem a famílias inteiras dedicadas à investigação científica, geração após geração”.[1] A seguir, a reportagem aborda os casos das famílias Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, dentre outras. Em um subtítulo à parte, o jornal dedica um espaço específico para o caso da família Dias, com enfoque no cientista João Carlos Pinto Dias. O texto é interessante por várias razões. Primeiro pela naturalização da “vocação” científica, que é retratada quase como destino biológico. E também se destaca a percepção da ciência como profissão masculina, já que a matéria postula que a herança passa de “pai para filho”. Mas, não menos instigante é a noção de que, a partir do desempenho bem sucedido de um “fundador”, os descendentes dessa figura pioneira, que optam pela carreira científica, passam a ter sua identidade profissional balizada pelos feitos dos antecessores. Assim, se por um lado, nascer em uma família de cientistas é certamente uma vantagem sociocultural para os que escolhem a atividade, por outro lado não deixa de ser um encargo simbólico que implica em alguma pressão.

João Carlos Pinto Dias, nascido em 1938, na cidade do Rio de Janeiro, pertence a uma família de destaque no mundo científico brasileiro. Seu avô paterno, o médico Ezequiel Dias (1880-1922), foi assistente de Oswaldo Cruz em Manguinhos e primeiro diretor da filial mineira do Instituto Oswaldo Cruz. Seu pai, Emmanuel Dias (1908-1962), era afilhado de Carlos Chagas, e após a morte precoce de Ezequiel, o padrinho ajudou o jovem médico a se inserir no campo científico. Em 1943, Emmanuel foi designado para estudar foco de doença de Chagas na cidade mineira de Bambuí, onde desenvolveu trabalho fundamental no combate e entendimento clínico da patologia. Sua esposa, Nícia de Magalhães Pinto Dias, foi contratada pelo Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) para trabalhar no posto de Bambuí em ação de combate aos barbeiros, tendo publicado trabalho sobre o assunto.[2] O casal teve cinco filhos, dois optaram pela carreira científica, Emmanuel Pinto Dias (1934-1989) e João Carlos Pinto Dias. Por parte de mãe, eles são netos de Estevão Leite de Magalhães Pinto (1870-1945), advogado e jurista, homem influente na cena política mineira. Na geração atual, o biólogo Emmanuel Dias-Neto desponta na carreira científica realizando pesquisas na área de biologia molecular e genômica médica.

Em termos sociológicos, na perspectiva de “herdeiro” de uma tradição familiar, o indivíduo em questão acaba sendo avaliado em comparação com o histórico da parentela, o que, por vezes, pode obliterar a especificidade da trajetória pessoal. No caso de João Carlos, ele assumiu o legado científico da família, incorporando-o com orgulho, e colocando-se como mais um elo na corrente geracional, “As comparações são inevitáveis. Administro isso através do grande carinho e admiração que sinto por eles”.[3] Quando criança, ele foi iniciado no universo científico pela via lúdica, auxiliando o pai em seu laboratório, “ajudando a tirar sangue dos pacientes, a coletar insetos e a fazer censos”.[4] Assim, o gosto pela ciência foi construído em um ambiente favorável, onde, desde cedo, João Carlos teve contato com práticas, instrumentos e métodos de pesquisa, mergulhado na sociabilidade do universo científico. Ele é o primeiro a reconhecer esse fato: “Eu tenho a impressão que todos esses ingredientes da história do meu pai e da frequência e proximidade que a gente tinha dos colegas dele, amigos e companheiros de Manguinhos, nasceu em mim uma vontade firme de fazer medicina e trabalhar com ele”.[5] Seu pai, inclusive, indicou a faculdade onde ele poderia, desde cedo, obter formação direcionada para a pesquisa em patologias regionais, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, em São Paulo.[6] Um fato curioso é que até mesmo o cursinho preparatório para o vestibular que João Carlos Pinto Dias frequentou, em Ribeirão Preto, chamava-se Curso “Carlos Chagas”, e em uma propaganda do estabelecimento, seu nome consta na lista dos aprovados para a faculdade de medicina, em 1957.[7]

Graduado no ano de 1963, foi contratado como médico pelo Instituto Oswaldo Cruz para trabalhar no Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas (CEPMC), dirigido, até 1962, por seu pai, falecido em um acidente de carro.[8] Mudou-se para Bambuí, onde permaneceu por oito anos.[9] Lá ele deu continuidade ao trabalho do pai, e realizou investigações próprias: priorizou estudos de vigilância entomológica e epidemiológica, e pesquisas sobre a história natural da doença, por meio do acompanhamento dos doentes.[10] Em abordagem inovadora, João Carlos Pinto Dias envolveu a população local no combate à doença, propiciando treinamento a professores da Escola Rural, que por sua vez instruíam os alunos sobre como detectar barbeiros. Nesse projeto, o médico teve como parceira de pesquisa sua esposa, Rosinha Borges Dias, assistente social. Esse trabalho foi reconhecidamente eficaz, sendo replicado no Brasil e em países da América do Sul.[11] Segundo Liléia Diotaiuti, “a proposta não se limitava apenas ao estímulo dos moradores para que eles notificassem o encontro de barbeiros; mais que isso, a participação deveria ser obtida através de um processo educativo […] em sintonia com a proposta transformadora de Paulo Freire […]”.[12]

Sua experiência em Bambuí, no CEPMC, marcou o cientista por toda a vida, mas nem todas as ocorrências foram positivas. Por manter ação de liderança na comunidade, João Carlos passou a ser monitorado por agentes de vigilância da ditadura militar, instalada no Brasil desde 1964. Nos relatórios da ditadura consta que, “O Dr. João Carlos Pinto Dias promove reuniões secretas em salas do Instituto, do qual é chefe, com o fim de instruir os filiados do G.A.S., de como agirem com a população local. […] Sendo este médico muito bem quisto nesta zona […]. O Dr. João Carlos Pinto Dias, deixou de conviver com o delegado local, com o Chefe do Recrutamento Militar […]”.[13] O cientista conta que suas atividades nada mais eram do que tentativas de ajudar a população a organizar cooperativas, e incentivar o debate sobre assuntos relevantes para a cidade.[14] Pela sua atuação destacada em prol da cidade, recebeu Honra ao Mérito por Serviços Prestados à Bambuí.

No início da década de 1970 passou a trabalhar em Ilha Solteira (SP), em hospital da Companhia Energética de São Paulo.[15] Em outra etapa de sua vida, já morando em Belo Horizonte, e vinculado à Fiocruz Minas, o médico realizou mestrado e doutorado em Medicina Tropical na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a orientação do professor Jayme Neves.[16] Mas, se João Carlos pode ser considerado como um homem da disciplina científica, ele nunca deixou de se preocupar com os aspectos sociais da Doença de Chagas. Em 1979, expôs a situação das pessoas afetadas pela patologia em congresso na cidade do Rio de Janeiro, tendo publicado artigo sobre o assunto, em coautoria com Rosinha Borges Dias, privilegiando “o binômio saúde-doença no contexto sócio-cultural” e explicitando “a função social do pesquisador através da retomada da ideia do homem como sujeito e fim maior da atividade da ciência”.[17] No belo artigo, os autores enfatizam a importância de ouvir a população de chagásicos, “ausentes dos congressos e reuniões científicas”, e instam os pesquisadores a assumirem, no seu trabalho, uma perspectiva crítica e social.[18]

João Carlos liderou, no Instituto René Rachou, o Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, entre 1978 e 1985. Incentivou pesquisas sobre “controle sorológico dos doadores de sangue”, que resultaram na criação de serviços de referência de diagnóstico na Fundação Ezequiel Dias e no Ambulatório de Doença de Chagas da UFMG.[19] Em 1979, o Jornal do Brasil repercutiu os estudos do pesquisador, “Pelo menos 15 mil, ou 3% dos 500 mil doadores de sangue da Grande São Paulo são portadores da doença de Chagas […]. E mais de 23% dos aposentados do Funrural nas áreas pobres de Minas sofrem da doença. As informações foram prestadas ontem, na Comissão de Saúde da Assembleia, pelo professor João Carlos Pinto”.[20] Tais pesquisas, e a prática de cadastramento dos doadores de sangue, contribuíram, posteriormente, na criação da Fundação Hemominas.

Em meio a tantas obrigações científicas e administrativas, o médico não deixou de colaborar com ações de divulgação científica. Juntamente com Amilcar Martins, orientou, em 1980, a elaboração da cartilha O Vampiro da Noite, de autoria de Lúcia Machado de Almeida, em formato de quadrinhos, dirigida a crianças da zona rural de Minas Gerais, abordando a prevenção da Doença de Chagas. Em entrevista a jornal, João Carlos alertava para o perigo da patologia se urbanizar, “Como uma consequência do modelo econômico, com prioridade para o setor industrial, os chagásicos vêm da zona rural para a cidade. E ali a doença começa a ser transmitida, não mais pelo inseto, mas pela transfusão de sangue. […]”.[21]

Com a expertise acumulada na área, o cientista foi convidado a assumir, na década de 1980, a direção nacional do Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh), da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam). Afirmando que o “controle da doença é uma ‘decisão política’”[22], ele lutou para financiar o combate à patologia, sensibilizando as autoridades públicas. Em 1991 ele passa a dirigir a Fundação Ezequiel Dias, relatando que “A Funed estava sucateada, triste, pouco operante”, mas que o clima era de esperança, “Estávamos saindo da Ditadura Militar, em plena etapa de nascimento do SUS, vivendo ainda o clima da VIII Conferência Nacional da Saúde e imbuídos dos pressupostos éticos e sociais da nova Constituição”.[23] Atuou, também, na coordenação das atividades da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG).

No ano de 1992, a convite do Ministro da Saúde, Abid Jatene, João Carlos Pinto Dias assumiu o cargo de presidente da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em meio a denúncias de malversação na administração anterior. Determinado a recuperar a credibilidade do órgão, ele afirmou em entrevista à imprensa, “As denúncias são graves, desabonadoras, tristes, humilhantes, mas ainda pouco diante do serviço que a Fundação tem prestado à Saúde nesses longos anos”.[24] Na gestão, ele priorizou o combate à malária, à cólera, à dengue, e campanhas de vacinação contra o sarampo, além de assistência à população indígena ianomâmi.[25] João Carlos tratou de fortalecer as instituições de pesquisa do país, promovendo convênio e repasse de verbas para “finalizar a obra da unidade de vacinas bacterianas da Fiocruz. A unidade permitirá ao Brasil a autossuficiência na produção da vacina tríplice (difteria, coqueluche e tétano)”.[26] O médico também foi dirigente da seção mineira da FUNASA.

João Carlos Pinto Dias levou adiante diversas tarefas. Foi consultor da Organização Mundial da Saúde, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto René Rachou, e membro ativo de várias associações científicas, como a Academia Mineira de Medicina. Também exerceu importante papel como professor na Faculdade de Medicina da UFMG, na cadeira de Clínica Médica, orientando diversos pesquisadores, dentre os quais: Liléia Diotaiuti (Fiocruz Minas), Dalva Bento (Universidade Federal do Piauí), Eliane Gontijo (UFMG). Publicou um grande número de artigos e trabalhos científicos, contemplando áreas como epidemiologia, clínica médica, diagnóstico e controle da doença de Chagas, população de triatomíneos, ciclos de transmissão de Trypanosoma cruzi[27] e medicina social. Mesmo aposentado no Instituto René Rachou continuou a trabalhar normalmente. Recebeu inúmeros prêmios e homenagens, não apenas no Brasil, como na América Latina (Bolívia, Argentina, Chile e Uruguai), dentre os quais destacamos: ‘Pergamino de Honor’, da municipalidade de Luribay, Bolívia; Medalha da Ordem do Mérito Médico e Científico Carlos Chagas (Ministério da Saúde do Brasil); Condecoração Ordem Nacional do Mérito Científico (Presidência da República); Pesquisador Emérito da Fiocruz.[28] Tendo transitado por tantos espaços e instituições científicas, João Carlos declara, “O René Rachou, o Instituto Oswaldo Cruz, a Fiocruz e o Posto Emmanuel Dias são igualmente meu locus de vida e que eu prezo muito”.

Seu olhar, profundamente humano, permitiu-lhe, ao mesmo tempo, ter orgulho de sua herança familiar, e a consciência de que a ciência “é um dom na medida em que a pessoa tem a oportunidade de se enveredar por ela”, concluindo que todos possuem algum tipo de conhecimento e de sabedoria que são importantes para a sociedade. A sua visão da atividade científica é, na verdade, um testemunho de sua vida e do seu trabalho: “Na minha opinião pessoal a ciência tem muito mais valor quando ela é comprometida com o bem-estar coletivo, o ambiente e a sociedade”.[29]

 

 

Projeto Memória. Trajetória histórica e científica do Instituto René Rachou – Fiocruz Minas.

Coordenadores: Dr.ª Zélia Maria Profeta da Luz; Dr. Roberto Sena Rocha.

Historiadora: Dr.ª Natascha Stefania Carvalho De Ostos.

 

Texto de: Natascha Stefania Carvalho De Ostos – Doutora em História

 

 

[1] Ciência de pai para filho. Ciência e Tecnologia. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, n. 03, 03, 04 e 05 out. 1992, p. 26.

[2] DIAS, João Carlo Pinto (org.). Dr. Emmanuel Dias, 1908-1962. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009, p. 61.

[3] Brincadeira diferente na infância. Ciência e Tecnologia. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, n. 03, 03, 04 e 05 out. 1992, p. 26.

[4] Idem, p. 26.

[5] DIAS, João Carlo Pinto. Discípulos de Carlos Chagas: João Carlos Pinto Dias. Entrevista realizada por Luiz Andrade, Belo Horizonte, 19 mar. 2018. Disponível em: < https://vimeo.com/273185561>.

[6] Idem.

[7] Curso “Carlos Chagas” de preparatórios para as faculdades de medicina, odontologia e farmácia. A Gazeta Esportiva, São Paulo, n. 9845, 22 mar. 1957, p. 7.

[8] Em meados da década de 1970 o CEPMC passou para a responsabilidade do Centro de Pesquisas René Rachou, em razão da incorporação da instituição à recém-criada Fundação Oswaldo Cruz, no ano de 1970. Em 1980 o local recebeu o nome de Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias. In: KROPF, Simone Petraglia. Doença de Chagas, Doença do Brasil: ciência, saúde e nação, 1909-1962. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2009, p. 514.

[9] SCHALL, Virgínia. Contos de fatos. Histórias de Manguinhos. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2001, p 214.

[10] DIAS, João Carlo Pinto. Discípulos de Carlos Chagas: João Carlos Pinto Dias. Entrevista, Ibidem.

[11] Idem.

[12]DIOTAIUTI, Liléia. Discurso de homenagem a João Carlos Pinto Dias quando do recebimento do diploma de Pesquisador Emérito da Fiocruz, 2009, p. 3.

[13] DOPS – Pasta 4502; doc. 10. Bambuí, set. 1964. Arquivo Público Mineiro. G.A.S.: Grupo de Ação Social.

[14] DIAS, João Carlo Pinto. Discípulos de Carlos Chagas: João Carlos Pinto Dias. Entrevista, Ibidem.

[15] DIAS, João Carlo Pinto; BRICEÑO-LEÓN, Roberto. La enfermedad de Chagas en una historia de vida: conocer la enfermedad, cambiar el mundo. Entrevista a João Carlos Pinto Dias. Cad. Saúde Pública, 25 Sup. 1, 2009, S179.

[16] DIOTAIUTI, Liléia. Ibidem, p. 1-2.

[17] DIAS, João Carlo Pinto; DIAS, Rosinha Borges. Aspectos sociais, econômicos e culturais da Doença de Chagas. Ciência e Cultura, vol. 31, n. 12, dez. 1979, p. 105.

[18] Idem, p. 106 e 115.

[19] DIOTAIUTI, Liléia. Ibidem, p. 4-5.

[20] Chagásicos vão a 3% em doadores. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, n. 82, 29 jun. 1979, p. 8.

[21] REZENDE, Maria do Carmo. “O Vampiro da Noite”. Quadrinhos contra a Doença de Chagas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, n. 176, 01 out. 1980, Caderno B, p. 2.

[22] Programa contra a Doença de Chagas é considerado padrão. O Liberal, Belém, n. 22.505, 01 dez. 1989, p. 3.

[23] COSTA, Leise. Entrevista. Memória 70 anos: João Carlos Pinto Dias. Revista Renova, Belo Horizonte, Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), n. 2, dez. 2016, p. 45.

[24] FNS retomará as compras. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, n. 125, 07 mar. 1992, Política, p. 2.

[25]Futuro Presidente da FNS impõe seriedade. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, n. 125, 06 mar. 1992, Política e Economia, p. 3; FNS retomará as compras. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, n. 125, 07 mar. 1992, Política, p. 2.

[26] Fiocruz garante os recursos para fabricar vacina. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, n. 38, 16 maio 1992, p. 9.

[27] Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2016. Disponível em: <https://www.sbmt.org.br/portal/medalha-do-merito-cientifico-carlos-chagas-dois-grandes-cientistas-serao-agraciados/>.

[28]  DIAS, João Carlo Pinto. Currículo Lattes. Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/5520312326603020>.

[29] DIAS, João Carlo Pinto. Entrevista. Ministério da Saúde, Fiocruz, 2009. Disponível em: <https://vimeo.com/6876857>.