Doença de Chagas: Reestruturação da vigilância com participação da população

barbeiro

Entre os dias 11 e 12 de março, o projeto de pesquisa “Reestruturação da vigilância com participação da população no quadro atual da epidemiologia e controle da doença de Chagas em Minas Gerais” foi apresentado pela coordenadora Raquel Aparecida Ferreira, Tecnologista do grupo de pesquisa Triatomíneos do Instituto de Pesquisa René Rachou (IRR), aos gestores das Gerências Regionais de Saúde de Unaí, Pedra Azul, Pirapora, Januária e Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.

Além da coordenadora e gestores, participou da reunião Stefânia Gazzinelli, referência técnica das ações de controle da doença de Chagas da Secretária Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES), que também integra a equipe do projeto.  O estudo envolve 123 municípios, a saber: 54 da SRS de Montes Claros, 25 da GRS de Januária, 12 da GRS de Unaí, 25 da GRS de Pedra Azul, e sete da GRS de Pirapora. Durante a reunião, Raquel Ferreira pontuou que o objetivo da proposta, que foi aprovada e está sendo financiada por meio do edital PPSUS/2020, é propor a reestruturação da vigilância passiva da doença de Chagas em Minas Gerais por meio da reestruturação dos Postos de Informação de Triatomíneos (PITs). Os PITs são locais instalados pela vigilância em saúde dos municípios em localidades rurais e sedes dos municípios para recebimento de insetos entregues pela população suspeitos de serem vetores do agente causador da doença de Chagas.

A Referência Técnica da doença de Chagas em campo da SRS de Montes Claros, Bartolomeu Teixeira Lopes, destacou que a necessidade de reestruturação dos PITs havia sido apontada durante uma capacitação dos trabalhadores dos PITs da SRS de Montes Claros em 2019. Dentre as ações que ocorrerão nos próximos dois anos nos municípios estão previstas: diagnóstico da situação de implantação e uso dos PITs, diagnóstico dos fatores facilitadores e dificultadores da manutenção desses PITs ativos nos municípios, ações de capacitação voltadas aos profissionais de saúde e colaboradores dos PITs e divulgação cientifica.

Entre os dias 18 de março e 05 de abril a proposta será apresentada e discutida com os gestores municipais, coordenadores de endemias e referências técnicas dos 123 municípios, em cinco reuniões virtuais, uma para cada conjunto de munícipios das GRSs ou SRS participante. A pesquisadora Maria Nogueira da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP/MG), integrante da equipe, destaca a importância de ações de sensibilização e engajamento da população e dos profissionais que estão na ponta e que no cotidiano do serviço estão envolvidos em ações e atividades relacionadas ao controle da doença de Chagas.

Raquel destaca que todas as ações do projeto serão executadas em observância as orientações das autoridades sanitárias e as recomendações das notas informativas do Ministério da Saúde para os serviços de vigilância entomológica da doença de Chagas. Também integram a equipe do projeto as pesquisadoras do IRR: Liléia Diotaiuti, Janice Maria Borba de Souza, Rita de Cássia Moreira de Souza e Silvia Ermelinda Barbosa; Gustavo Libério de Paula, geógrafo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG); e dois bolsistas: Valéria Carla Amaral, apoio técnico e um bolsista de iniciação científica ainda não ingressado à equipe.

Texto: Maria Nogueira (Escola de Saúde Pública)