Delza de Moura Soares Reis

 

 Delza

Delza de Moura. Foto: Cláudia Gersen.

 

 

Nascida em Gonzaga, Minas Gerais, Delza de Moura Soares Reis, começou a trabalhar no Instituto René Rachou muito jovem, com apenas 19 anos de idade. Em 1982 iniciou estágio na instituição, sob supervisão do pesquisador Carlos Tito, no Laboratório de Malacologia. Mesmo após concluir o curso técnico em química, ela continuou a trabalhar como voluntária.

Em certo momento recebeu convite dos seus irmãos para participar do negócio da família. Ao comunicar sua iminente saída do IRR, os pesquisadores Carlos Tito e José Pedro convenceram-na a permanecer. Ela realizou provas de admissão e, passando nos exames, foi contratada como servidora em 1987.

Delza narra que quando entrou no IRR, como estagiária, era inexperiente e receosa. Com o passar do tempo foi adquirindo confiança, sempre apoiada pelo cientista Carlos Tito, com quem trabalhou até ele se aposentar. Suas tarefas envolviam coleta de caramujo em viagens de campo, realização de exames e manipulação de animais de experimentação.

Segundo a servidora, a estrutura da Fiocruz Minas mudou muito nos 41 anos em que ela está na instituição. Antigamente o espaço era acanhado, os materiais fornecidos para trabalho deixavam a desejar em termos de qualidade e faltavam insumos. Por essa razão o risco de contaminação era grande. Atualmente, Delza conta que tudo mudou: os funcionários têm acesso a apetrechos descartáveis, os aquários de vidro foram substituídos por material mais leve e resistente, e os protocolos de segurança são rígidos. Mesmo assim existe risco de contaminação, por isso os servidores realizam exames periódicos e em caso de necessidade são medicados. No IRR, a funcionária sempre trabalhou com moluscos. Após a aposentaria de Carlos Tito ela passou a exercer suas funções no Moluscário, chefiado pela pesquisadora Cecília Pereira de Souza Rodrigues.

Delza relembra com saudade das confraternizações e festas que ocorriam no IRR, dos encontros em sítios e churrascos, que hoje, segundo ela, se tornaram menos frequentes. Sua convivência com os colegas sempre foi boa e respeitosa e seu trabalho valorizado, já que o Moluscário atende à demanda de diversos grupos de pesquisa por cercarias, miracídios e vermes.

Mas, após todos esses anos de trabalho, Delza está pronta para a aposentadoria, aguardando o processo documental para iniciar outra fase de sua vida. Segundo a servidora, ela tem orgulho de ser Fiocruz Minas, e sempre que menciona seu local de trabalho recebe apreciações positivas das pessoas.

Para Delza, seu tempo no IRR foi de grande aprendizado, abertura de horizontes e novos caminhos.

 

 

Texto: Natascha Ostos

Entrevistadora: Cláudia Gersen

Apoio:

– Direção IRR

– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

Agradecimentos: Delza de Moura, pela entrevista concedida no dia 15/09/2023.