Eleuses Augusta Silva Amorim

 

Eleuses

  Eleuses Augusta Silva Amorim. Foto: acervo particular.

 

 

Natural de Juiz de Fora/MG, Eleuses Augusta Silva Amorim, possui graduação em Serviço Social, concluída em 1983 pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Ao longo de sua trajetória profissional trabalhou no Hospital Sarah Kubitschek de Brasília e depois na unidade de Belo Horizonte.

Em razão de mudanças regulamentares, muitos funcionários do Hospital foram redistribuídos para outros órgãos da administração federal. Assim, em 1992, Eleuses começou a trabalhar no Instituto René Rachou, no antigo Setor de Pessoal, ali permanecendo por toda sua carreira. Ela conta que de início existiram conflitos em razão da renovação do grupo de trabalho, mas que tudo foi superado com o fortalecimento dos vínculos de convivência. Sua interação com os colegas sempre foi positiva e respeitosa.

Eleuses narra que naquele período o Setor de Pessoal tinha atribuições cartoriais, elaborando folha de pagamento e outras tarefas de despacho funcional. A estrutura do IRR era compartimentada, os departamentos pouco se conectavam e boa parte do trabalho era realizado manualmente.

Com o crescimento da instituição as condições foram melhorando. O Setor de Pessoal passou a ser Recursos Humanos. Foram implantadas muitas medidas de modernização, tornando as atribuições do RH mais amplas e complexas. O foco passou a ser as relações de trabalho e a saúde do trabalhador, as pessoas tornaram-se o centro da administração, e não os processos burocráticos.

Eleuses assinala alguns momentos que considera marcantes para sua carreira e para o crescimento do IRR. A chegada de Valéria Falcão na chefia do RH, e de Roberto Sena Rocha na direção, fortaleceram o reconhecimento e a valorização dos funcionários. Também recorda do projeto implementado pelo RH, Fiocruz Minas Pra Você, que ocorria nas ruas de Belo Horizonte, promovendo atividades ligadas à ciência, com o intuito de aproximar a população do IRR. Com o apoio da pesquisadora Virgínia Schall, do NUST e dos laboratórios, eram organizadas atividades de lazer e arte para crianças e adultos, esclarecimentos sobre saúde e campanhas de vacinação. O projeto, que teve 5 edições, seguia modelo criado na Fiocruz/RJ, adaptado à realidade do IRR.

Outro ponto ressaltado por Eleuses foi o reconhecimento da importância de se debater, institucionalmente, a saúde mental do servidor público, dentro de uma visão integral do bem-estar do trabalhador. O IRR sediou evento que reuniu diversas instituições regionais de saúde para discutir a criação do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS). Eleuses trabalhou 4 anos nesse projeto, em parceria com o CEFET/MG.

Por fim, a funcionária recorda da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, criada pelo sociólogo Betinho em 1993, que promoveu arrecadação de alimentos para pessoas necessitadas em todo o Brasil. O IRR e seus funcionários participaram da campanha com entusiasmo, demonstrando solidariedade e capacidade de mobilização.

Em sua carreira, Eleuses teve alguns desafios para conciliar o papel de mãe e profissional, mas ela entende que se trata de um contexto social compartilhado por quase todas as mulheres trabalhadoras. No ano de 2014, por razões pessoais, a funcionária pediu transferência do IRR para a Universidade Federal de Juiz de Fora, ali permanecendo até sua aposentadoria, em 2019.

Eleuses considera sua carreira no IRR como uma fase de grande crescimento profissional, onde adquiriu percepção da importância da ciência, inovação e tecnologia para a saúde coletiva do Brasil. Além disso, avalia que a experiência trouxe amadurecimento pessoal e criação de vínculos afetivos com os colegas, razões pelas quais se sente realizada e grata à Fiocruz Minas.

 

 

 

 

Texto: Natascha Ostos

Entrevistadoras: Cláudia Gersen e Natascha Ostos

Apoio:

– Direção IRR

– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

Agradecimentos: Eleuses Augusta Silva Amorim, pela entrevista concedida no dia 31/03/2023.