Jaci de Souza

Jaci

Jaci de Souza. Foto: Cláudia Gersen.

 

 

Jaci de Souza, nascido em São Francisco, Espírito Santo, ingressou no Instituto René Rachou no ano de 1977, na área denominada, à época, de Conservação e Asseio. Com apenas 18 anos de idade ele foi indicado por um tio para ocupar a vaga, sendo admitido como celetista pelo então diretor, Dr. José Pedro Pereira. Antes disso Jaci trabalhou, desde criança, na lavoura e criação de animais.

Ao longo de sua permanência no IRR, o servidor passou por diversas funções. Foi auxiliar de biotério, prestou assistência a pesquisadores e desempenhou tarefas de manutenção. Para tanto, ele realizou vários cursos, totalizando mais de 200 horas de estudos, como em: técnico de laboratório, língua portuguesa, manutenção de equipamentos de refrigeração, biossegurança, cuidados com animais de laboratório. Por vezes esses cursos eram administrados na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Ele recorda com carinho dos nomes dos Drs. Zigman Brener e José Pedro Pereira, pessoas que o funcionário considera marcantes na instituição. Jaci conta que esses pesquisadores o auxiliaram a progredir na carreira, abrindo novas oportunidades de promoção e valorizando seu trabalho. Segundo ele, mudanças posteriores na administração pública passaram a privilegiar pessoas com maior formação acadêmica, o que teria estagnado seu avanço na carreira.

No que diz respeito à estrutura do IRR, o funcionário narra que ela era bastante precária se comparada aos dias de hoje. A ventilação era ruim e as instalações não eram preparadas para suportar o calor, de modo que por vezes a temperatura alcançava 40 graus no biotério, causando a morte de animais. Jaci também relata que ele lidava com bichos de maior porte, como cachorros, carneiros e gambás. As condições de assepsia deixavam a desejar no momento do descarte de carcaças e da manipulação cotidiana dos animais.

Apesar desses problemas, Jaci considera que antigamente o ambiente de trabalho era mais caloroso e a convivência com os colegas mais próxima. Os encontros para confraternizar, jogar futebol e festejar, eram constantes, propiciando um sentimento de união. Em termos de carreira, o funcionário entende que ao longo do tempo foram cortados muitos benefícios pela administração pública, o que é desestimulador.

Mesmo assim o servidor tem orgulho e gosta de trabalhar na Fiocruz Minas, sente-se querido e demonstra consideração pelos colegas, além de respeito pelos animais com os quais lida. Com relação à aposentadoria, ele aguarda maior estabilidade financeira para tomar a decisão de parar de trabalhar. Para Jaci, seu ingresso no IRR foi um presente, a oportunidade de trabalhar no mesmo local por mais de 30 anos.

 

 

Texto: Natascha Ostos

Entrevistadora: Cláudia Gersen

Apoio:

– Direção IRR

– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

Agradecimentos: Jaci de Souza, pela entrevista concedida no dia 18/09/2023.