José Gusmão

 

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José Gusmão. Foto: acervo da Fiocruz Minas.

 

O Instituto René Rachou (IRR) – Fiocruz Minas, teve sua origem no Instituto de Malariologia, transferido do Rio de Janeiro para Belo Horizonte no final de 1955. No ano seguinte o órgão passou a chamar-se Centro de Pesquisas de Belo Horizonte (CPBH). Menos de dois anos após a fundação do local, em fevereiro de 1957, José Gusmão foi contratado para trabalhar no Centro. Assim, a trajetória desse hoje funcionário aposentado se entrelaça com a própria história do IRR.

José Gusmão, ou apenas Gusmão, como é conhecido pelos colegas, é natural de Itinga, Minas Gerais, mesma região de origem de sua prima, Antoniana Krettli, pesquisadora do IRR.

Formado como técnico em contabilidade, ele iniciou sua vida profissional no CPBH. Ocupou diversos postos na administração pública, passando de estagiário a chefe do setor de Orçamento e Contabilidade, chefe da Administração do IRR, dentre outros.

Gusmão sempre gozou da estima dos colegas e da confiança da direção, chegando a assumir a posição de diretor interino da unidade na ausência temporária da chefia. Devido à sua antiguidade na instituição e ao grande conhecimento que possuía sobre o funcionamento administrativo, ele foi chamado a integrar diversas atividades complementares. Participou da elaboração do primeiro Regimento do CPqRR, foi membro do primeiro Conselho Deliberativo, participou da elaboração do Estatuto da Fiocruz, no Rio de Janeiro, no ano de 1988, etc.

Mesmo com a carreira consolidada, José Gusmão não se acomodou, e no ano de 1980 formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. A partir de então atuou várias vezes como preposto do IRR em processos judiciais. Mas tal dedicação também custou sacrifícios. Casado e pai de seis filhos, Gusmão precisou ausentar-se de casa por longas horas, para trabalhar e estudar à noite. A família sempre foi compreensiva, entendendo a necessidade de seu empenho para o sustento da casa.

José Gusmão trabalhou 44 anos na Fiocruz Minas. Aposentou-se em 1994, mas logo foi recontratado em cargo comissionado, permanecendo no trabalho até 2001. Durante todo esse tempo ele experimentou muitas mudanças administravas, estruturais e tecnológicas: “No início tudo era feito manualmente” e “Com o uso de máquinas de datilografia. […]. Com o tempo chegou a copiadora, a calculadora elétrica, o computador, as impressoras”.

Mas, para José Gusmão, trabalhar no IRR significou muito mais do que a construção de uma carreira. Ele participou da organização de atividades recreativas que uniam os funcionários em festas, jogos de sinuca, buraco e futebol, com um time chamado Associação Recreativa INERu, que chegou a vencer um campeonato local.

Quando de sua aposentadoria recebeu do IRR Diploma de Honra ao Mérito, pelos relevantes serviços prestados à instituição. Com emoção e lucidez ele avalia sua longa trajetória: “Ao olhar para trás e analisar o tempo de convivência com os colegas de trabalho e direção da unidade, ficou uma boa lembrança. Um sentimento de dever cumprido, com amor, dedicação e responsabilidade”.

 

Texto: Natascha Ostos e Cláudia Gersen

Apoio:

– Direção IRR

– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

Agradecimentos: Ao senhor José Gusmão, pela entrevista concedida no dia 20/09/2022