Otávio Francisco Rosa Cruz

Otavio

Otávio Francisco Rosa Cruz. Foto: Cláudia Gersen – Fiocruz Minas.

 

 

 

Nascido em Sabará/MG, Otávio Francisco Rosa Cruz formou-se como Técnico em Laboratórios Médicos, pelo Colégio Técnico da UFMG, em 1974. Iniciou sua carreira na Escola de Veterinária da universidade, permanecendo ali por 3 anos.

Dotado de um espírito inquieto, segundo sua própria avaliação, Otávio sentiu-se ansioso para buscar novas oportunidades de trabalho. Foi então que o Instituto René Rachou abriu vagas para contratação de técnicos, Otávio passou na seleção, iniciando sua carreira na Fiocruz Minas em 1978, com 27 anos de idade, pelo regime celetista. Trabalhava no Laboratório de Sorologia, comandado pela pesquisadora Antoniana Krettli, que depois passou a ser Laboratório de Imunologia Celular e Molecular, sob a direção do cientista Giovanni Gazzinelli.

Otávio narra que o Dr. Gazzinelli reconhecia a importância e habilidade do seu trabalho, fundamental para o sucesso das pesquisas. Durante sua permanência no Laboratório, o funcionário participou de viagens a campo, como em Divino do Traíra/MG, onde muitas pessoas eram diagnosticadas com esquistossomose, debilitadas pela doença e por tentativas de autocura danosas para a saúde, como ingerir gotas de querosene na esperança vã de combater o agravo.

Já na década de 1990, em razão de mudanças na legislação, Otávio foi incorporado como funcionário público do IRR. Passou então a trabalhar no setor administrativo, atuando na antiga função de Prefeito da instituição, encarregado de contratar mão de obra terceirizada, manutenção de equipamentos e diversas outras tarefas. Otávio conta que naquela época a improvisação era grande, pois faltava pessoal qualificado para desempenhar as funções necessárias, que foram se tornando mais complexas com o crescimento da instituição.

Dotado de grande sinceridade, Otávio recorda que em alguns momentos a convivência no local de trabalho não era fácil, por vezes devido à sua própria personalidade questionadora. Mas que ele se sentiu acolhido pelo amparo de colegas compreensivos, a quem deseja prestar homenagem: José Gusmão, José Pedro Pereira, Maria José Ferreira Morato, Roberto Sena Rocha, Naftale Katz, Roberto Milward de Andrade, dentre outros.

Otávio trabalhou em diversos setores do IRR: Prefeitura, Almoxarifado, Patrimônio, Manutenção e Recursos Humanos. Em todos os postos primou pela honestidade e pelo cuidado com os colegas terceirizados, a quem auxiliava na resolução de eventuais conflitos com as empresas contratadas.

No ano de 2014 decidiu pela aposentadoria, com 63 anos, pois assim poderia cuidar melhor da saúde. Otávio tem grande orgulho de ter feito parte da Fiocruz, instituição que qualifica como grandiosa e de vanguarda. O ex-funcionário ainda cultiva laços com a instituição, participando do Coral FioCantos de Minas, do IRR. Mas o que mais o emociona são as recordações das relações pessoais, aprimoradas ao longo do tempo pelo processo de tolerância e aceitação humana da personalidade de cada um. Otávio diz que nesse longo aprendizado se sentiu aceito e querido pelos colegas, a quem devota gratidão e carinho.

 

 

 

 

Texto: Natascha Ostos

Apoio:

– Direção IRR

– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade

Agradecimentos: Otávio Francisco Rosa Cruz, pela entrevista concedida no dia 13/03/2023.