Aedes aegypti: Fiocruz Minas promove palestra para instituições situadas no entorno da unidade

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Os hábitos do mosquito Aedes aegypti e as formas de eliminar criadouros foram tema de uma palestra promovida pela Fiocruz Minas, nessa quinta-feira (17/3), no Instituto São Rafael, escola da rede estadual, vizinha da unidade, voltada para o atendimento de crianças e adultos com deficiência visual.  A atividade contou com a participação de alunos, professores e demais funcionários, além de profissionais de diversas instituições situadas no entorno da Fiocruz, como hospitais, clubes, igrejas, entre outras entidades. O objetivo foi oferecer orientações à população, incentivando a participação das pessoas no combate aos criadouros.

Com o tema “Aprendendo um pouquinho mais sobre o mosquito”, a palestra foi ministrada pelo entomologista e pesquisador da unidade Fabiano Duarte Carvalho, que mostrou o ciclo de vida do inseto e explicou como eliminar os focos de forma eficiente. Fabiano ressaltou que, ao fazer a vistoria nas casas, o morador deve tomar cuidado para que, na tentativa de eliminar um criadouro, não acabe gerando um novo. Segundo ele, é preciso adotar um pensamento crítico e refletir diante de cada caso.

“É parar e pensar: Isso pode ser um criadouro? Eu preciso dele? Caso realmente necessite, é preciso protegê-lo de maneira adequada, de forma que não se torne um lugar capaz de acumular água”, orientou.

O pesquisador destacou que o Aedes distribui os ovos por vários reservatórios e, por isso, é preciso ficar atento a criadouros que, no dia a dia, podem ser esquecidos.

“Há criadouros mais conhecidos, como pneus e calhas, e há aqueles que, por não serem tão óbvios, podem passar batido. Exemplos desse tipo são ralos de banheiros pouco usados, vasilhas de água para animais domésticos, bandeja encontrada atrás de algumas geladeiras ou até mesmo uma tampinha de refrigerante jogada no quintal”, lembrou.

Outro aspecto destacado se refere ao ciclo de vida do mosquito. Segundo o pesquisador, do ovo até à fase adulta são necessários de 8 a 10 dias, demonstrando que uma vistoria semanal é o suficiente para interromper esse ciclo de vida.

“Além disso, é muito mais fácil fazer o combate nessa fase aquática, em locais fixos e conhecidos, do que depois de adulto, quando o inseto pode voar para qualquer lugar”, salientou. Fabiano convidou os participantes a aderirem à campanha 10 minutos contra a dengue, idealizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e inspirada em uma estratégia de controle do Aedes aegypti adotada em Cingapura. A ideia permitiu interromper o pico de epidemia naquele país com ações semanais da população dentro de suas residências, de apenas 10 minutos, para limpeza dos principais criadouros do mosquito.

AedesZero- A palestra “Aprendendo um pouquinho mais sobre o mosquito” faz parte da campanha AedesZero, lançada na Fiocruz Minas recentemente, em adesão ao Dia da Faxina, promovido pelo governo federal. Para Juliany Sena, diretora do Instituto São Rafael, onde aconteceu a atividade, iniciativas como essa, realizadas de forma didática, contribuem para disseminar informações para todos os públicos.

“As pessoas com deficiência visual podem ser multiplicadores de conhecimento dentro de suas casas. É importante que estejam bem informadas para que repassem informações corretas”, destacou.

Também participaram do evento profissionais do Hospital Vera Cruz, alunos e professores do Instituto Pestalozzi , além de funcionários da sede campestre do Cruzeiro Esporte Clube. Para a relações públicas do clube, Rita de Cássia Pereira, as orientações vêm ao encontro de um trabalho de combate que já vem sendo feito na sede.

“Quanto mais soubermos sobre o Aedes mais condições teremos de desenvolver ações eficazes que possam, de fato, eliminar os criadouros”, afirmou.