Grupo Saúde, Educação e Cidadania e parceiros participam de mostra de produções audiovisuais

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Vídeos produzidos pelo grupo Saúde, Educação e Cidadania (SEC), da Fiocruz Minas, fizeram parte da programação da V Mostra diálogos pela equidade: mulheres plurais, realizada entre os dias 5 e 17 de março, no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte. Desenvolvidos por meio do projeto Fortalecendo a luta contra o preconceito e o estigma às trabalhadoras sexuais, os vídeos mostram as trabalhadoras em outros contextos, fora do ambiente profissional, de forma a desmitificar a ideia de promiscuidade, geralmente associada ao trabalho sexual.

No decorrer do projeto, foram produzidos 12 vídeos curtos. Durante a mostra, uma sessão comentada exibiu dois deles, trazendo os depoimentos de Jade Muniz, trabalhadora sexual e coordenadora do coletivo Clã das Lobas, e Sissy Kelly, trabalhadora sexual e ativista pelas causas trans. A exibição abriu a apresentação dos resultados de uma pesquisa da PUC-Minas, intitulada Diagnóstico Socioterritorial e Assessoramento às Redes de Trabalhadoras Sexuais Cisgêneras e Transgêneras da região da Guaicurus.

Para Santuzza de Souza, fundadora do Coletivo Rebu, que atua na defesa dos direitos das trabalhadoras do sexo e integra o projeto, os vídeos trazem um olhar diferenciado para as mulheres, contribuindo para descontruir a imagem estereotipada, que costuma ser passada na maior parte das produções audiovisuais.

“Quando se produzem materiais sobre as trabalhadoras do sexo, é muito comum mostrar uma mulher seminua, com luzes vermelhas ao redor. Nesses vídeos que produzimos, as mulheres escolheram lugares onde elas gostam de estar, para serem fotografadas e filmadas, mostrando que, por trás de uma trabalhadora do sexo, tem uma mãe, uma avó, uma tia, uma irmã…E que o trabalho sexual é um trabalho”, afirma.

Veja os vídeos produzidos no canal do SEC no Youtube.

 Sobre o projeto: O projeto Fortalecendo a luta contra o preconceito e o estigma às trabalhadoras sexuais teve início em 2020, contando com a participação do Coletivo Clã das Lobas e do Coletivo Rebu. Desde então, diversas ações estão sendo desenvolvidas. Uma delas foi a produção de um calendário, que trazem fotos de trabalhadoras do sexo, as mesmas que participam dos vídeos.

“A ideia de fazer os vídeos surgiu a partir da produção do calendário, que é uma forma de promover o enfrentamento do preconceito contra essas mulheres. Também estamos com uma pesquisa em andamento, que pretende mostrar a influência do trabalho sexual na economia do Centro de Belo Horizonte”, explica a pesquisadora Paloma Coelho, do SEC. Segundo ela, a expectativa é que este estudo seja concluído em novembro de 2024.