Â
Wanderley Alves. Foto: Acervo Fiocruz Minas.
Nascido em Belo Horizonte, Wanderley Alves da Silva começou a trabalhar no Instituto René Rachou no ano de 1982. Na época existia uma vaga aberta para o Biotério, e ele foi selecionado, sendo contratado, inicialmente, pela CLT.
Mais tarde, Wanderley foi incorporado como funcionário público. Ele permaneceu no Biotério por 33 anos e conta como era a estrutura do local no passado. O próprio prédio do IRR era acanhado, com pouco espaço para abrigar todas as atividades. O Biotério era precário em termos de insumos e equipamentos para o bom desempenho do trabalho. A falta de conforto térmico levava até mesmo à morte de animais em perÃodos de muito calor. Inexistia uma máquina de autoclave, capaz de esterilizar as estruturas, dificultando a higienização das gaiolas, que eram compostas com partes de materiais inadequados, como madeira. A maravalha usada para forrar as gaiolas era de má qualidade e difÃcil aquisição.
Segundo Wanderley, o Biotério começou a ser modernizado a partir de mudanças implementadas por Zélia Profeta. Os funcionários realizaram curso de aprimoramento no IRR e também na Fiocruz – Rio de Janeiro, no Centro de Criação de Animais de Laboratório, onde puderam se familiarizar com maneiras mais avançadas de gerenciar as atividades. A autoclave foi adquirida e a maravalha passou a ser adequada e regularmente fornecida. Com essas modificações, o Biotério pôde expandir o número e a variedade de animais, incluindo linhagens isogênicas (mÃnimo 20 gerações de consanguinidade) e knockout (modificação genética que anula um gene). As gaiolas também foram modernizadas e permitiram a lavagem correta.
Após três décadas trabalhando no Biotério, Wanderley decidiu que era hora de mudar de local e aprender novas atividades. Passou então a trabalhar na Central de Esterilização, onde permaneceu por 7 anos. Atualmente exerce suas funções no setor de Criopreservação.
Com tanto tempo de IRR, Wanderley recorda com carinho as muitas confraternizações e atividades de socialização que eram promovidas, com churrascos e jogos de futebol que integravam toda a comunidade. Ele considera marcante a atuação dos pesquisadores e gestores José Pedro Pereira, Zigman Brener e Naftale Katz.
Wanderley tem uma voz tranquila e uma postura calma, e sempre conviveu bem todos os seus colegas, destacando que levará para o resto da vida as lembranças de seu tempo no IRR. Mesmo assim, ele tem consciência de que existe muito a fazer fora do ambiente de trabalho, e que a aposentadoria está no seu horizonte. Ele considera que seu trabalho na Fiocruz Minas é importante e contribui para a valorização da saúde e o bem-estar da população brasileira.
Â
Texto: Natascha Ostos
Entrevistadora: Cláudia Gersen
Apoio:
– Direção IRR
– Projeto Fiocruz Minas, patrimônio do Brasil: História, memória, ciência e comunidade
Agradecimentos: Wanderley Alves da Silva, pela entrevista concedida no dia 15/09/2023.